Preconceito e assédio contra mulheres é recorrente no mundo dos games

Não é brincadeira! O preconceito e o assédio sofrido pelas mulheres no cenário dos games é coisa séria e tem consequências drásticas para as vítimas.
Uma pesquisa realizada pelo blog PriceCharting em 2012 revela que 63% das 874 jogadoras entrevistadas já sofreram assédio em jogos online. Em muitas das vezes, as meninas são obrigadas a ouvir comentários machistas do tipo "Volta pra cozinha, volta!", "Já terminou de lavar a louça?", "Pega uma cerveja pra mim". Em outras ocasiões, as jogadoras são vítimas de propostas indecentes e cantadas ofensivas.
Por causa do assédio, 35% das jogadoras optaram por dar um tempo no joystick. Outras 9% tomaram uma decisão mais drástica: deixaram de jogar e encontraram outro hobby. A goiana Carol "Mystique" Melo, 27, utiliza de alguns artifícios de sobrevivência na selva online: uma delas é usar um nome de usuário masculino para despistar os misóginos virtuais. Outra tática de defesa é desligar o microfone quando não conhece os integrantes do time.
"No mundo dos games, não existe sexo forte ou frágil. Jogamos de igual para igual. Mesmo assim, sofro pressão, não só de jogadores, mas de espectadores e patrocinadores. Se meu time joga mal, sou sempre a culpada!", queixa-se Carol que, em 2014, representou o Brasil no CrossFire Stars 2, a Copa do Mundo da modalidade, realizado em Chengdu, na China.
Para muitos, entre as razões para tanta resistência a mulheres nesse universo está a sub-representação feminina nos videogames. A fundadora do blog Feminist Frequency (Ativismo Feminista), a canadense-americana Anita Sarkeesian, 33 anos, há anos critica a representação machista e estereotipada da figura feminina na cultura pop, em particular nos videogames. Ela diz que, na maioria dos jogos, as mulheres são representadas como prêmios, vítimas ou objetos sexuais. Em um de seus vídeos mais famosos, Anita detona o mais recorrente dos clichês das narrativas digitais: o da donzela em perigo.
Veja alguns relatos de brasileiras que sofreram preconceito ou assédio no mundo dos games e da tecnologia como um todo no vídeo abaixo.


Fonte: www.bbc.com/portuguese
Fonte: Canaltech - Youtube

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